Lutando contra os tabus, a campanha do Setembro Amarelo busca quebrar estigmas e lembra da importância da comunicação na luta contra o suicídio.
Todos os dias, cerca de 32 pessoas morrem no Brasil em decorrência do suicídio, o que coloca ela como uma das 3 principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No mundo esses números chegam a mais de 1 milhão de mortes.
Para lutar contra essas taxas e auxiliar na prevenção, criou-se a campanha do Setembro Amarelo. Durante todo o mês de setembro, são desenvolvidas e amplas ações a respeito.
A campanha surgiu em 1994, após o suicídio de Mike Emme, um jovem de 17 anos apaixonado por seu Mustang 68 amarelo. Durante seu velório, seus amigos passaram uma cesta com fitas amarelas, símbolo do combate, e bilhetes que diziam “Se você precisar, peça ajuda.”
Pouco a pouco, o Setembro Amarelo chegou em todo o mundo, sendo abraçado por instituições de diversos países.
No Brasil, onde as taxas de suicídio são crescentes, os esforços acontecem em diferentes frentes e diversos espaços são incluídos nas atividades.
Setembro Amarelo: Desmistificando tabus
Embora seja bastante popular, o Setembro Amarelo ainda trabalha para derrubar tabus. A campanha deseja fomentar a atenção sobre as causas e popularizar a ideia de que falar é a melhor forma de lutar contra.
Com mais de 20 anos de existência, o Setembro Amarelo ainda luta contra a falsa crença de que não devemos conversar sobre o assunto. Manter silêncio sobre essas dores é justamente um dos agravantes, pois muitas pessoas relatam que dialogar pode ajudar a reduzir a angústia.
Com amigos, familiares e, principalmente, profissionais preparados, comunicar pode abrir espaço para alternativas e novas possibilidades.
O suicídio tem desenvolvimento multifatorial, ou seja, decorre de uma série de fatores psicológicos, sociais, genéticos, culturais, ambientais e biológicos. Isso significa que todos os casos são únicos e precisam ser acompanhados com total atenção.
Novos casos acontecem a cada 40 segundos, muitos sem nunca ter expressado isso. A estimativa estabelece um alerta sobre os sintomas e a necessidade de atenção às manifestações. A resposta nunca é simples, mas ter ajuda já marca o início da busca por soluções.

Conhecer os sintomas é essencial
Neste Setembro Amarelo, destacamos a importância de reconhecer os sintomas e o que podem implicar na vida dos pacientes.
- Ideias ou intenções suicidas;
- Queixar-se com frequência e relatar angústia;
- Falta de prazer na vida;
- Atitudes consideradas perigosas ou que coloquem sua vida em risco;
- Doenças psicológicas nunca tratadas;
- Ações relacionadas à despedida;
- Publicações em redes sociais de conteúdo negativista;
- Falta de planejamento para o futuro;
- Manter-se isolado ou repentinamente isolar-se;
- Mesmo diante de um agente estressor, não ter interesse ou alerta;
- “Colocar assuntos em dia”.

O tratamento acontece com a nossa ajuda
Para cada um desses sintomas o melhor tratamento é o acolhimento. A campanha deve alcançar todas as esferas da sociedade e promover a atenção tanto de terceiros quanto dos próprios sintomas.
A prevenção é a melhor resposta contra o suicídio. Por esse motivo, realizar o acompanhamento de pessoas que hoje contam com transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade, é fundamental para evitar o surgimento de novos casos visto que eles correspondem a 96,8% do total.
Além de prestar assistência, a manutenção de uma rotina saudável e ativa também faz parte do tratamento. Alimentar-se de forma saudável, dormir 8 horas por noite, realizar atividades físicas e reduzir o estresse são essenciais.
Se precisar, peça ajuda
Ao invés do julgamento, devemos oferecer compreensão e apoio independente da gravidade. Reconhecer padrões comportamentais é o início, mas atuar como suporte é a melhor ação que podemos tomar.
Por isso, o Setembro Amarelo destaca a importância de pedir ajuda. Hoje existem diversos canais disponíveis onde você poderá conversar com alguém preparado para te acolher, confira:
- CAPS e as unidades de saúde locais: Oferecem ajuda rápida;
- UPA 24h, SAMU e Pronto Socorro: Independente do horário, alguém estará disponível para você;
- CVV 188: O Centro de Valorização da Vida se dedica a oferecer suporte gratuito a qualquer momento do dia, tanto pelo telefone quanto através do chat.
Somos peça-chave das ações desenvolvidas no Setembro Amarelo para que o cuidado não exista apenas nesse mês, mas durante todo o ano.
Saiba mais sobre a campanha: Setembro Amarelo: é importante falar sobre suicídio