O diagnóstico eficiente e preciso da dengue é de extrema importância para o atendimento clínico, ou seja, a detecção precoce de casos graves pode trazer uma cura mais rápida quando o tratamento é iniciado no começo da doença.
Os métodos de diagnóstico laboratorial para confirmar a infecção pelo vírus da dengue podem envolver a detecção do vírus, ácido nucleico viral, antígenos ou anticorpos ou uma combinação dessas técnicas.
Após o início da doença, o vírus pode ser detectado no soro, plasma, células sanguíneas circulantes e outros tecidos por 4 a 5 dias.
Durante os estágios iniciais da doença, o isolamento do vírus, o ácido nucleico ou a detecção do antígeno podem ser usados para diagnosticar a infecção. No final da fase aguda da infecção, a sorologia é o método de escolha mais indicado para o diagnóstico.
O que é dengue?
É uma doença febril aguda causada por vírus. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti já infectada, geralmente durante o dia, pois essa espécie tem hábitos diurnos, diferentemente dos outros tipos de mosquito.
Quando o mosquito pica uma pessoa infectada pelo vírus da dengue, ele se torna portador da doença. O vírus se aloja nas glândulas salivares do mosquito, portanto, todas as pessoas que ele picar serão infectadas também.
A dengue pode apresentar quadro clínico com graus de gravidade muito diferentes: são os sorotipos Den 1, Den 2, Den 3 e Den 4.
Uma pessoa nunca será infectada mais de uma vez pelo mesmo sorotipo, mas isso não quer dizer que ela não terá dengue mais de uma vez, pois ela pode ser infectada por outro sorotipo. Por exemplo, uma pessoa foi infectada pelo sorotipo Den 2 na primeira vez e depois, na segunda vez, pelo Den 3.
A época do ano mais propícia para disseminação da dengue é o verão, porque a incidência das chuvas é maior e, por isso, aumenta a proliferação do mosquito transmissor. Sabemos que o mosquito deposita seus ovos em locais que possuem água acumulada, principalmente dentro das residências e em quintais, como por exemplo, dentro de pneus velhos, vasos de plantas, garrafas vazias, ou qualquer recipiente aberto que fique com água parada.
Qual a diferença entre dengue clássica e hemorrágica?
Existem dois tipos de dengue, a clássica e a hemorrágica.
Na dengue clássica a melhora do paciente já começa a acontecer após os 4 ou 5 dias do início dos sintomas e, geralmente, em 10 dias já se tem a cura da doença.
Já nos casos de dengue hemorrágica, nos três primeiros dias que a febre começa a diminuir, pode acontecer a diminuição da pressão sanguínea. Essa queda que vai caracterizar a dengue hemorrágica, que é a forma mais grave da doença. A gravidade dessa doença não está relacionada a sangramentos e sim na diminuição da pressão sanguínea que pode levar até a morte.
Como é realizado o exame de dengue?
Existem algumas formas de diagnosticar a dengue, entre elas podemos falar do exame de sangue, o sorológico, virológico e prova de laço. O tipo de exame será indicado pelo médico dependendo do estágio dos sintomas de cada paciente.
É recomendado esperar, pelo menos, até o quinto dia do início dos sintomas para que ele mostre a presença dos anticorpos contra o vírus. Já a tipagem do sorotipo viral deve ser feita na primeira semana da doença.
O método mais comum escolhido para o diagnóstico de rotina da dengue é a sorologia, mas veremos como o vírus é detectado nos outros tipos de exames.
Exames de sangue
O hemograma e o coagulograma são exames que geralmente o médico solicita para diagnosticar um paciente com dengue, principalmente a dengue hemorrágica.
Normalmente no exame de sangue é levando em consideração o aumento de linfócitos e de trombocitopenia, que é quando as plaquetas estão abaixo de 1.000.000/mm³, pois o valor de referência é entre 150.000 e 450.000/mm³.
Já no coagulograma, é verificado a capacidade de coagulação do sangue. Esse tipo de exame geralmente é solicitado quando a suspeita é de dengue hemorrágica. Nesse método pode ser observado o aumento do tempo de protrombina, tromboplastina parcial e trombina, além da diminuição de fibrinogênio, protrombina (fatores VIII e XII). Esse resultado irá indicar que a hemostasia não está acontecendo da maneira correta, confirmando assim, a dengue hemorrágica.
Sorologia:
1º – Anticorpos da classe IgM – podem ser detectados no exame sorológico a partir do sexto dia do início dos sintomas. Em alguns casos de infecção secundária, quando o paciente já tenha sido infectado por outro sorotipo anteriormente, a detecção já pode ser feira a partir do segundo ou terceiro dia, permanecendo em média por três meses.
Esse período extenso de positividade pode atrapalhar no diagnóstico de outras infecções.
2º – Anticorpos da classe IgG – podem ser comprovados a partir do nono dia de infecção primária.
Virologia
Esse tipo de método tem como objetivo descobrir o patógeno e acompanhar o sorotipo viral que o paciente foi contaminado. Nesses casos a coleta deve ser feita nos três primeiros dias, até, no máximo, o quinto dia depois que começaram os sintomas.
Esse método tem como objetivo isolar o vírus, detectar o genoma viral e os antígenos virais. A indicação desse tipo de exame pode ser feita, também, durante os períodos inter-epidêmicos.
Prova do laço
É um tipo de exame rápido que tem o poder de verificar o quão frágil estão os vasos sanguíneos e se eles têm tendência a sangramento.
Para realizar esse exame é preciso interromper o fluxo sanguíneo no braço para observar o surgimento, ou não, de pontos vermelhos. Quanto mais pontos vermelhos aparecerem, maior o risco de sangramento.
Mesmo sendo um exame indicado pela Organização Mundial de Saúde, ele ainda pode apresentar resultado falso, dependendo do tipo de medicação que o paciente faz uso, como por exemplo, aspirina ou qualquer corticóide.
Conclusão
Não podemos esquecer que a agilidade em detectar casos de dengue é muito importante para iniciar um tratamento precoce, além de um cuidado com a saúde coletiva como um todo, pois se trata de um vírus transmissível. A identificação de um paciente com dengue e o acompanhamento médico para que os sintomas não agravem são fatores que podem impactar na evolução clínica do paciente.
A sociedade também tem um papel importante na disseminação dessa doença. Várias campanhas alertando sobre a importância de não deixar água parada para proliferação do mosquito estão todos os dias nas mídias. Cabe a nós, cidadãos, nos conscientizarmos e conscientizarmos as pessoas que convivemos.
Saiba que os ovos dos mosquitos podem sobreviver até 450 dias grudados nas paredes dos recipientes com água parada, mesmo que eles já estejam vazios. Quando esse recipiente receber água novamente, novos mosquitos irão nascer. Por isso é muito importante, além de manter os potes sem água, fazer uma limpeza frequente das caixas d ‘água, pratos de vasos de plantas, lajes, entre outros.
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